LÍGIA GUERRA

Por que carrego doçura na alma e asas nos pés?
Porque sinto a vida além do óbvio.
Porque enxergo sol em dias de chuva.
Porque amo até mesmo o desamor.
Porque acolho cada gesto com os braços do coração.
Porque perfumo o caminho das estrelas.
Porque componho alegria na poesia da tristeza.
Porque desejo colorir a vida com olhos de fé!

* Lígia Guerra*

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

O que é voar...


As raízes nos dão estrutura de vida… Ensinam-nos a importância de construírmos um porto seguro para os nossos retornos… mas são as asas que nos deslocam para o desconhecido e nos incluem na engrenagem do crescimento. Isso não é uma questão de essência geográfica. 

Existem pessoas que conhecem o mundo, mas permanecem aprisionadas aos seus medos, rigidez e pequenez afetiva. Deslocaram-se de um lugar para o outro, mas esqueceram de levar a ousadia na bagagem. Voar é saber desbravar novas paisagens no próprio coração… amar o novo, reinventar o antigo, descobrir-se em outro papéis, observar-se em outros espelhos afetivos. 

Voar é compreender que o diferente não é ameaça, mas oportunidade de conhecimento, pois onde existe o atrito também são criados fogo, luz, energia e calor! 

Voar é impedir que o calendário do mundo defina até quando, até onde, até que idade. Não existe nada mais triste do que os sonhos que tiveram o seu brilho roubado por limites preconceituosos, quando na verdade eles ainda tinham tanto para viver, para ser, para realizar. 

Voar é não se deixar amuralhar pelas cruezas da vida… Pois quem tem asas na alma, não permite que a amargura faça ninhos no coração. 

Voar é saber que sempre existem novos horizontes a ser admirados e perscrutados enquanto a vida ainda pulsa. Prefiro despencar do céu, no último segundo desse espetáculo da existência, do que apenas imaginar como os meus voos poderiam ter sido. 

Sou aquela que abre as asas, o riso e o coração. Aquela que faz rasantes sobre os cabelos grisalhos do tempo… A que nutre a sua essência nos lábios rouge da coragem. 

*Lígia Guerra*


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