LÍGIA GUERRA

Por que carrego doçura na alma e asas nos pés?
Porque sinto a vida além do óbvio.
Porque enxergo sol em dias de chuva.
Porque amo até mesmo o desamor.
Porque acolho cada gesto com os braços do coração.
Porque perfumo o caminho das estrelas.
Porque componho alegria na poesia da tristeza.
Porque desejo colorir a vida com olhos de fé!

* Lígia Guerra*

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

As diversas fases da Vida Familiar...

Junto com o filho, nasce uma mãe. Ela pode ser de primeira, segunda ou terceira viagem... Não importa. A cada novo filho nasce uma nova mãe, pois cada nova alma que habita uma casa traz consigo as suas próprias peculiaridades. O problema é que essa nova vida também desencadeia culpas diferentes nessa mãe, a cada nova necessidade da criança comumente surge o medo de errar ou de não saber se a melhor educação está sendo ofertada.

Dúvidas e dívidas somam-se no psiquismo dos pais durante o processo educativo e a mãe parece carregar a maior parte delas.

Assim que a criança nasce, a mãe não tem tempo para se adaptar a esse novo papel. Ela deixa de protagonizar abruptamente o espetáculo gestacional e de mimada por todos, passa a ser fortemente cobrada. Os mitos de que as mães sabem instintivamente o que fazer com as suas crias, assim que elas são colocadas em seus braços, ganham uma força incrível! Além disso, parece que todos esquecem que a taxa hormonal da mulher despenca junto com o parto e que isso afeta fortemente o estado emocional da mulher, sendo que muitas sofrem profundamente com a depressão pós-parto. Fatores esses que nem sempre deixam a mulher no estado de frenesi materno esperado e cobrado pela sociedade.

As mudanças na vida pessoal, conjugal e social também sofrem um forte impacto, além das noites mal dormidas e da falta de tempo para si mesma, a mulher também terá que abraçar essa nova identidade, a de mãe que ama ‘incondicionalmente’. Aqui entra mais uma severa cobrança de felicidade ilimitada: Independente do que o seu filho faça você tem que amá-lo!

Os filhos crescem e as cobranças também, agora eles mesmos assumem o papel de pedir e por vezes exigir aquilo que julgam ser seu por direito. Esse é um processo natural do adolescente, mas nem sempre muito fácil de ser administrado pelos pais. Aqui aparecem mais culpas e dúvidas. A adolescência dos filhos provoca muitas reflexões nos pais: O tempo está passando rápido! Será que aproveitei a vida, como deveria? Que saudades da minha juventude... Essas emoções são normais, porém muitas vezes reprimidas pela vergonha.

Se essas reflexões forem devidamente acolhidas pelos pais, o momento da adolescência dos filhos pode ser mágico para ambos. Muitos pais resgatam sonhos pessoais nessa fase, voltam a estudar, investem em uma nova faculdade, retomam a prática esportiva e a dedicar mais tempo para si mesmos. As culpas dão lugar a novos olhares e autodescobertas.

Sim, sempre que nasce um filho também nasce uma mãe e um pai, em várias fases da vida. O filhos nascem no dia em que vêm ao mundo, mas também quando entram na adolescência, quando amadurecem, quando ingressam no mercado de trabalho, casam, têm os seus próprios filhos e assumem novos desafios.

Se os filhos e os pais souberem aproveitar essas oportunidades de mudança para evoluírem e aprenderem muito sobre o outro e sobre si mesmos, o crescimento emocional do grupo familiar pode ser uma das maiores dádivas na vida de todos. Assim nasce uma família.

- Lígia Guerra -

Um comentário:

Fernando Azevedo disse...

Muito interessante, Lígia. Vou refletir muito sobre o tema,sobre como promover cada um, e a mim mesmo, nesse novo momento profissional da minha vida, para que o parto e desligamento do cordão umbilical ocorra da forma mais fácil.
Abraço