Jogo a minha rede no mar da vida e às vezes, quando a recolho, descubro que ela retorna vazia. Não há como não me entristecer e não há como desistir. Deixo a lágrima correr, vinda das ondas que me renovam, por dentro, em silêncio: dor que não verte, envenena. O coração marejado, arrumo, como posso, os meus sentimentos. Passo a limpo os meus sonhos. Ajeito, da melhor forma que sei, a força que me move. Guardo a minha rede e deixo o dia dormir.
Com toda a tristeza pelas redes que voltam vazias, sou corajosa o bastante para não me acostumar com essa ideia. Se gente não fosse feita pra ser feliz, Deus não teria caprichado tanto nos detalhes. Perseverança não é somente acreditar na própria rede. Perseverança é não deixar de crer na capacidade de renovação das águas.
Hoje, o dia pode não ter sido bom, mas amanhã será outro mar. E eu estarei lá na beira da praia de novo.
- Ana Jácomo -
- Ana Jácomo -
2 comentários:
Nossa Lígia...que texto maravilhoso. Minha alma estava tão inquieta, meu coração tão apertado e quando li esse texto...me achei nele!!! Bjs
Barbara
Que citação majestosa, Lígia!!!
Sei bem o que é vivenciar essa sensação!
"Durante um dos invernos
mais rígidos que enfrentei...
despertou dentro de mim
um verão invencível!"
Lígia Guerra
Tomei a liberdade de postá-la em meu blog Devaneios da Alma (via Facebook).
Claro, que com a devida autoria.
Parabéns, querida, beijos
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