LÍGIA GUERRA

Por que carrego doçura na alma e asas nos pés?
Porque sinto a vida além do óbvio.
Porque enxergo sol em dias de chuva.
Porque amo até mesmo o desamor.
Porque acolho cada gesto com os braços do coração.
Porque perfumo o caminho das estrelas.
Porque componho alegria na poesia da tristeza.
Porque desejo colorir a vida com olhos de fé!

* Lígia Guerra*

domingo, 17 de janeiro de 2016

O QUE OS SEUS OLHOS DIZEM?


O QUE OS SEUS OLHOS DIZEM? 

O QUE OS SEUS OLHOS PROCURAM?


- Lígia Guerra -


Quando crianças a maioria de nós aprendeu sobre a importância das raízes emocionais e éticas e sobre todas as possibilidades de crescimento que teríamos vida afora. Felizmente ainda não entendíamos bem o conceito de vergonha e insegurança. Mas o mundo insiste em nos ensinar isso rapidamente e em contaminar a nossa alma com medos e inseguranças. Aos poucos guardamos tantos entulhos emocionais que o coração fica literalmente apertado. Falta espaço!!! As dúvidas fazem sombra nas convicções.

Na juventude reconquistamos a ousadia. Mas os tempos são outros. Já corre em nossas veias a censura. O olhar alheio, por mais que tentemos ignorar e nos rebelar, pesa. Algumas marcas já existem e sabemos que muitas outras virão. A vida adulta já não é mais um borrão do futuro. É o próximo passo. Os ensaios encurtam e os acertos parecem obrigatórios. As cobranças internas e externas estão com o dedo em riste. A resposta  de alguns é enrijecer enquanto a de outros é flexibilizar. Assim, alguns se tornam idosos ao trinta ou quarenta anos. Outros serão jovens aos sessenta ou setenta. Graças a esses podemos nutrir nossas esperanças diante das incerteza do amanhã.

É certo que o tempo passa impiedoso. Ele é um professor implacável que não permite reposição de aulas, de provas, momentos ou oportunidades. Mas aquele que descobre que a desobediência é uma opção, não envelhece. Reinventa-se.

Os moldes iniciais servem para ajudar a dar curso aos rios da vida interior, mas no exato momento em que descobrimos que podemos ser mar, as margens se ampliam e a vida muda. Renascemos. O erro deixa de ser ‘apenas’ ensinamento. Torna-se um desafio! As mágoas dos reveses deixam de fazer sentido. Podemos retomar o destino.

As inseguranças se tornam afônicas, ao gritar para os nossos ouvidos ensurdecidos, palavras negativas . Queremos na platéia das nossas existências apenas aqueles que também aprenderam a rir de si mesmos… A seguir adiante. Aqueles que não ficam nos censurando, mas que nos orientam e fortificam nos momentos de angústia. Mas  que também celebram as nossas conquistas improváveis, inacreditáveis!

Aqueles que dizem: ‘E daí?’ Quando o projeto dos nossos sonhos não teve o desfecho que imaginávamos.

Aliás, para aqueles que julgam que os bons projetos são apenas aqueles que foram um sucesso aos olhos alheios, eu pergunto: Você se arrependeu de ter tentado quando as coisas não deram certo? Espero que não. Afinal, você viveu. Acreditou. Sentiu. Não foi um morto vivo. Preferiu se inspirar nas biografias de outros corajosos do que nos obituários dos medrosos.

Assim nos reinventamos.
Assim caminhamos por novas estradas.
Assim desenvolvemos novos olhares.
Para os olhos de crítica, a nossa indiferença.
Para os olhos de amizade, a nossa gratidão.
Para os olhos de fé, a nossa inspiração.
Para os olhos do medo, mostre a língua!
Para os olhos do amor, abra o seu melhor sorriso.
Olho no olho. Olho por olho, jamais.
Não precisamos de olhos de espada… Mas de olhos de estrada.
Olhos que sempre apontem novos horizontes.
Olhos que entre um piscar e outro transpirem encorajamento.


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